Normalmente, mamães e papais de bebês prematuros – os nascidos antes de 37 semanas de gestação – têm dúvida sobre a vacinação de seus filhos. Em grande parte dos casos, independentemente do peso com o qual nasceram, eles devem manter a mesma ordem cronológica de vacinação que os bebês recém-nascidos a termo, e a prematuridade, o tamanho e o peso não interferem na decisão sobre a vacinação de um bebê que está clinicamente bem. “Há apenas uma exceção: a vacina contra a hepatite B, que deve ser orientada especificamente pelo médico que acompanha o bebê”, ressalta a Dra. Ana Amélia Meneses Fialho, neonatologista e coordenadora da UTI Neonatal da Maternidade Brasília.
Antes de falarmos da vacinação do bebê, é importante lembrar também da importância das vacinas durante a gestação. E o bebê, ainda na maternidade, recebe sua caderneta de vacinação, que o acompanhará por muitos meses. Esse documento é muito importante para organizar todas as vacinas que deverão ser tomadas pela criança. Normalmente elas têm mais de uma dose a serem aplicadas, por isso o profissional de saúde precisa também ter ciência de quais foram ministradas, o que se dá por meio da caderneta atualizada.
Logo no primeiro mês, o recém-nascido é vacinado contra a tuberculose – a vacina BCG – e a hepatite B. São três doses da vacina contra a hepatite B, que devem ser recebidas entre 2 e 6 meses de vida.
Levar os bebês para vacinar, além de ser obrigatório, é um ato de cuidado em relação à criança. Isso porque a imunização é fundamental para que o organismo em crescimento crie anticorpos contra diversas doenças. Pois quando nascem, os pequeninos ainda têm um sistema imunológico imaturo.
Por isso, além de manter os cuidados com a alimentação, garantir a prática de hábitos saudáveis e manter em dia os exames importantes para recém-nascidos, é fundamental assegurar que as crianças sejam vacinadas contra certas doenças para manter o sistema imunológico fortalecido. A seguir, conheça as vacinas aplicadas em cada fase da vida.
Quando seu bebê deve tomar cada vacina?
O calendário de vacinação definido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) já indica quando o seu bebê precisa receber cada um dos imunizantes, mas aproveitamos para lembrar aqui o período em que cada um deles deve ser administrado.
Vacina de 2 meses
Tríplice bacteriana (DTP ou DTPA) – 1ª dose
Hemófilos tipo B – 1ª dose
Poliomielite (VIP – vírus inativados) – 1ª dose
Rotavírus – 1ª dose
Pneumocócica conjugada – 1ª dose
Vacina de 3 meses
Meningocócica conjugada
Vacina de 9 meses
Febre amarela – primeira dose
Vacina de 1 ano de vida
Hepatite A
Tríplice viral
Varicela (catapora)
Meningocócica C conjugada
Pneumocócica conjugada
Tabela de vacinação infantil
Confira aqui o Calendário de Vacinação do Prematuro e demais recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) – 2020/2021.
Dúvidas sobre vacinação no período da pandemia
Uma dúvida recorrente é sobre a continuidade do período de vacinação durante a pandemia. De acordo com a Dra. Ana Amélia, a orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) é que “levando em conta este difícil momento que enfrentamos, devemos colaborar com as estratégias públicas e privadas no enfrentamento desta questão”.
Considerações
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O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil é um programa de muito sucesso e adquiriu, ao longo dos anos, credibilidade e confiança da população que não permitem retrocessos.
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O cenário epidemiológico do sarampo e da febre amarela no país, ambas doenças imunopreveníveis, requer constante investimento em ações de imunização.
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O controle da coqueluche e da febre amarela e a eliminação do sarampo e da rubéola são dependentes de elevadas coberturas vacinais.
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O distanciamento social proposto pelo Ministério da Saúde, neste momento, é ferramenta crucial para se obter a redução no número de infectados pelo novo coronavírus durante as próximas semanas.
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As crianças imunocompetentes, em geral, têm sido poupadas das formas graves da doença.
A SBP e a SBIm sugerem que:
A oferta das vacinas deve ser mantida de maneira regular e sustentada pelo PNI.
A população deve ser encorajada a manter o calendário vacinal atualizado, procurando visitar a unidade de saúde mais perto de suas residências e em horários menos concorridos.
As estratégias de distanciamento devem ser desenvolvidas de acordo com a realidade de cada local.
A vacinação em ambientes como escolas, clubes e igrejas, neste momento áreas ociosas, deve ser estimulada.
Horários diferenciados para a vacinação de crianças e adolescentes devem ser criados.
Sempre que possível, a vacinação domiciliar é uma opção a ser considerada.
O calendário deve ser otimizado, com a aplicação do maior número de vacinas possível na mesma visita, desde que se respeite o intervalo mínimo entre as doses, com o objetivo de reduzir o número de visitas às unidades de saúde.
Clínicas privadas de imunização devem organizar seus serviços a fim de manter o distanciamento social exigido neste momento.
Não há evidências sobre a interação da Covid-19 com a resposta imune às vacinas. Para reduzir a disseminação da doença, qualquer pessoa com sintomas respiratórios ou febre deverá ser orientada a não comparecer aos centros de vacinação.
Casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 poderão ser vacinados depois da resolução dos sintomas e passado o período de 14 dias de isolamento.