Quando o médico nos informa que precisaremos passar por uma cirurgia, o que para ele é algo comum, do dia a dia da profissão dele, para nós, pode soar preocupante e desafiador. Grande parte das preocupações é proveniente do pós-operatório e das dores que o paciente poderá eventualmente enfrentar nessa fase. Porém, com o avanço da medicina, esses incômodos tendem a ser cada vez menores. É o caso da laparoscopia ou videolaparoscopia, como também é conhecida. Trata-se de um método cirúrgico minimamente invasivo, usado no tratamento de doenças na região do abdome, e, por isso, pode ser utilizado no tratamento da endometriose.
A laparoscopia pode ser indicada também para o tratamento de muitas outras condições, como, por exemplo, infertilidade feminina, miomas, obstrução das tubas uterinas, aderências pélvicas e malformações uterinas.
Para falar do tema, convidamos o Dr. Marcus Vinícius Barbosa de Paula, ginecologista e obstetra da Maternidade Brasília, que explica o que é o procedimento, qual sua indicação e como é feito.
O que é laparoscopia ginecológica?
A laparoscopia ginecológica é uma cirurgia que ocorre por meio de pequenas incisões, feitas na região do umbigo e na parte inferior do abdome, que são usadas para tratar problemas no sistema reprodutor feminino. Uma câmera é utilizada para visualizar o trato genital durante o procedimento.
Ela pode ser indicada para tratar enfermidades da região reprodutora, como miomas, obstrução das tubas uterinas, aderências pélvicas e malformações uterinas. A laparoscopia é indicada apenas para os casos em que a doença não pode ser tratada de forma clínica, com medicamentos ou dispositivos como o DIU.
Já a histeroscopia consiste em um procedimento minimamente invasivo para cuidar exclusivamente de patologias uterinas como miomas, pólipos e alterações da cavidade endometrial.
Veja, a seguir, algumas condições mais comuns tratadas por meio da laparoscopia ginecológica.
Que condições podem ser tratadas por meio da laparoscopia ginecológica?
A cirurgia é indicada para diversos problemas ginecológicos, entre os quais estão:
• cisto ovariano;
• mioma uterino;
• gestação ectópica;
• doenças inflamatórias;
• câncer ginecológico;
• endometriose.
“Em algumas condições, pode ser possível a realização de cirurgia por videolaparoscopia, como retirada de cisto ovariano (ooforoplastia), retirada de tubas uterinas dilatadas (hidrossalpinge), cirurgia da gravidez ectópica (prenhez tubária) e drenagem de abscesso tubo-ovariano (infecção da pelve feminina), entre outros diversos procedimentos.”
Como é feita a laparoscopia para cuidar da endometriose?
O procedimento é muito seguro justamente porque ocorre por meio de cortes bem pequenos. A cirurgia utiliza anestesia local ou geral, uma câmera e instrumentos cirúrgicos, que são introduzidos nas pequenas incisões feitas na região próxima ao umbigo e na parte inferior do abdome. Com o uso de um monitor, o cirurgião guia instrumentos específicos para retirar os focos da endometriose e realizar outros procedimentos, como extirpar a tuba uterina ou cistos ovarianos. A laparoscopia é um procedimento menos invasivo que a cirurgia convencional.
“A grande maioria das pacientes pode se beneficiar da cirurgia minimamente invasiva, porém, casos de alto risco anestésico e múltiplas cirurgias prévias abdominais podem dificultar a cirurgia e até mesmo exigir que o procedimento seja convertido em uma cirurgia convencional aberta”, explica o Dr. Marcus Vinícius Barbosa de Paula.
Como é a recuperação da laparoscopia ginecológica?
A recuperação, na maior parte dos casos, é rápida, cerca de um a dois dias, sendo, normalmente, possível ter alta no mesmo dia. Depois, a paciente precisa seguir certas recomendações médicas, como fazer repouso físico e não ter relações sexuais no prazo indicado.
Sintomas como dor, sensação de gases na região abdominal e desconforto ao andar podem acontecer e são normais, mas diminuem com o decorrer dos dias.
“Por se tratar de uma cirurgia minimamente invasiva, a recuperação é bastante favorável e rápida, nos casos sem complicação. Essa cirurgia permite uma reabilitação mais efetiva e com menos desconforto no pós-operatório, porém, vale lembrar que, como toda cirurgia, existem riscos inerentes ao procedimento, e a melhor indicação está na avaliação médica adequada.”
Laparoscopia deixa cicatriz?
Conforme explica o Dr. Marcus Vinícius Barbosa de Paula, “as incisões são pequenas, ou seja, as cicatrizes resultantes do procedimento medem em torno de 1cm, mas podem se tornar quase imperceptíveis com o passar do tempo”.
Cuidado especializado
A Maternidade Brasília dispõe de alta tecnologia de equipes especializadas para tratar todos os quadros que acometem a saúde do corpo da mulher. No entanto, é importante lembrar que todo tratamento inicia com uma avaliação clínica criteriosa e individualizada. Para isso, contamos com os profissionais dos Consultórios Médicos Brasília.