A amamentação é um dos principais motivos que geram dúvidas até mesmo nas mamães experientes, pois cada gestação é única e traz consigo várias peculiaridades.
O mês de agosto é marcado pela campanha Agosto Dourado, de incentivo à amamentação. Este ano, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) adotou como lema o slogan “Proteger a amamentação: uma responsabilidade de todos”. O tema foi definido pela World Alliance for Breastfeeding Action (Aliança Mundial para a Ação em Aleitamento Materno), organismo internacional que reúne as principais instituições voltadas ao incentivo à amamentação. Por isso, nós da Maternidade Brasília elencamos as principais dúvidas sobre o tema e contamos com a ajuda da Dra. Sandi Sato – pediatra, gerente médica da Maternidade e coordenadora do Banco de Leite – para esclarecer os principais pontos sobre a amamentação.
1. Qual o tempo ideal de amamentação?
Especialistas recomendam que a amamentação deve ser a alimentação exclusiva dos bebês nos primeiros seis meses. O leite materno é tão completo que, nessa fase, não é necessário sequer que a mamãe ofereça água ao recém-nascido. “O próprio leite já tem quantidade suficiente de água para manter o bebê hidratado”, explica a Dra. Sandi.
Depois desse período, mesmo com a introdução de outros alimentos, o leite materno deve continuar a ser ofertado ao bebê. “O ideal é que ele continue recebendo leite materno até os 2 anos”, acrescenta a médica.
2. Como amamentar o bebê nos primeiros dias?
O posicionamento é um ponto importante para que a amamentação aconteça de forma tranquila. Veja algumas orientações. A posição mais indicada para a amamentação é aquela que traz mais conforto à mãe e ao bebê. Existem quatro posições básicas que facilitam o momento da amamentação: a tradicional, a deitada, a cavalinho e a invertida.
Na tradicional, a mãe fica sentada e sustenta o corpo do bebê ao longo do braço, mantendo-o alinhado; ela pode colocar um travesseiro no colo para apoiar o corpo do pequeno. Na posição deitada, a mamãe se deita de lado e posiciona o bebê de frente para ela. Na posição cavalinho, a mãe fica sentada e coloca o bebê sentado em uma das pernas dela; ele fica com as pernas e o quadril apoiados no corpo da mãe. Ela sustenta a cabeça e o pescoço do bebê em uma das mãos. É a posição mais indicada para bebês prematuros. “Esses bebês, em geral, têm um tônus muscular diminuído, são mais sonolentos e hipoativos. Por causa dessas características, essa posição ajuda o bebê a ter uma sucção mais efetiva”, explica a Dra. Sandi. Já na posição invertida, a mãe deita o bebê, sustentando o pescoço e a cabeça com as mãos, o corpo e o antebraço. Os pés do pequeno ficam livres.
Vale lembrar que, em qualquer posição, é importante que o bebê fique bem próximo e voltado para o corpo da mãe, com a cabeça e o tronco bem alinhados e a boca de frente para a região areolar. Veja, a seguir, como deve ser a posição do bebê durante a mamada:
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a boca do bebê deve abocanhar o mamilo e também a aréola, principalmente na área inferior do seio, para garantir a saída do leite;
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o queixo do bebê toca a mama e as bochechas ficam arredondadas. Para facilitar, a mãe deve alinhar a cabeça do filho com o seio e segurar a mama, sem que a mão cubra a região areolar.
3. Como saber se o bebê está satisfeito com o leite materno?
Veja alguns sinais de que o bebê está saciado com o leite da mamãe:
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o bebê larga espontaneamente o seio materno;
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observe se a mama foi esvaziada; compare um seio com o outro;
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o bebê pode “brigar” com o seio materno;
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o bebê relaxa os membros.
O bebê saciado apresenta comportamento ativo durante os intervalos de sono, urina ao menos seis vezes por dia e ganha peso.
4. Como deve ser a amamentação do recém-nascido?
Os primeiros passos da amamentação são importantes para a mamãe começar a se familiarizar com essa prática. Para isso, é necessário fazer tudo com calma e, de preferência, contar com uma rede de apoio de familiares e profissionais. Veja outras dicas:
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escolha um ambiente calmo e aconchegante para o ato de amamentar;
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quando o bebê começar a mamar, a mãe pode relaxar e aproveitar o momento;
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sempre que puder, faça carinho e converse com o bebê;
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é recomendado que a mãe apoie os pés e as costas em uma superfície macia, como uma almofada ou travesseiro, sempre que for amamentar;
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é comum que o bebê durma durante a amamentação, por estar saciado ou por sonolência mesmo. Em casos de não ter mamado o suficiente, a mãe deve acordá-lo para que ele continue;
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quando for preciso tirar o bebê do peito, a mãe pode colocar o dedo mínimo no canto da boca do bebê, entre as gengivas;
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é importante observar se a mama foi completamente esvaziada antes de oferecer a outra.
5. Quando o bebê vomita, posso dar o peito de novo?
Vômitos e regurgitações são frequentes no lactente em razão da imaturidade do trato gastrointestinal. “Se o bebê não apresentar perda de peso e dor, consideramos que ele tem refluxo gastroesofágico fisiológico, ou seja, dentro do considerado comum”, explica a pediatra.
É importante que o bebê seja avaliado pelo pediatra para ver se será necessário dar novamente o seio materno. Nas situações em que o bebê vomita, de modo geral, não devemos insistir na mamada. Mantenha a amamentação em livre demanda.
6. O que comer para aumentar a produção de leite materno?
A recomendação é que a mãe mantenha uma alimentação balanceada, com proteínas, gorduras boas, fibras, nutrientes e vitaminas, e que, preferencialmente, alimente-se várias vezes ao dia com porções pequenas. E atenção aos itens abaixo!
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água – o ideal é que sejam consumidos, no mínimo, dois litros por dia para manter o corpo hidratado.
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bebidas com cafeína – por serem estimulantes, elas devem ser consumidas com muita moderação, sobretudo os refrigerantes e o café. Assim como chás e mates.
7. O que atrapalha a produção de leite materno?
Algumas situações podem, eventualmente, diminuir a produção de leite materno, entre as quais estão:
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ansiedade e estresse;
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doenças como ovário policístico, pressão alta e diabetes;
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uso de alguns tipos de medicamento.
8. É normal o leite materno secar de repente?
A diminuição da produção de leite pode acontecer em algumas situações, mas ele não seca de repente. A seguir, relatamos algumas razões que podem contribuir para a redução da liberação de leite.
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mamadas em horários rígidos.
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afastamento de mãe e filho.
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uso de algumas medicações.
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uso de bicos artificiais.
9. O que evitar durante a amamentação?
Existem determinados alimentos que não devem ser consumidos durante o período de amamentação. De modo geral, todos os itens considerados saudáveis e naturais devem ser ingeridos de forma balanceada. Veja alguns produtos que devem ser evitados:
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álcool;
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alimentos processados;
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produtos cosméticos à base de formol.
10. Como posso contar com o Banco de Leite da Maternidade Brasília?
O nosso Banco de Leite oferece apoio às mamães na orientação sobre amamentação em atendimento 24 horas. Os nossos profissionais também disponibilizam atendimento por telefone, com hora marcada. Assim, as mamães podem tirar dúvidas e solucionar questões relacionadas com a amamentação e também como doar o leite materno.
Aquelas mamães que já estão amamentando, têm leite de sobra e querem doá-lo para o Banco de Leite podem receber orientações por telefone para ordenhar e acondicionar o leite a ser ofertado. E nem precisa sair de casa! Enviamos um profissional para buscar os potinhos.
Depois de recebermos as doações, o leite é submetido a um processo de pasteurização e é utilizado na amamentação de bebês prematuros internados no nosso Centro de Terapia Intensiva Neonatal.
Para agendar atendimento e tirar outras dúvidas sobre amamentação, basta ligar para (61) 2196-5318. Mais informações sobre o banco de leite e o aleitamento materno, clique aqui.