A pré-eclâmpsia é uma condição que pode ser perigosa durante a gestação. O quadro representa um diagnóstico de hipertensão arterial ou a piora de uma situação de pressão arterial elevada já preexistente. Isso normalmente pode ocorrer depois de 20 semanas de gestação e afeta aproximadamente 150 mil grávidas por ano, no Brasil.
Logo, os exames de rastreamento são fundamentais para proteger a saúde e prevenir contra riscos em relação à futura mamãe e o bebê.
Nessa edição, o Dr. Evaldo Trajano Filho, coordenador do setor Materno-Fetal da Maternidade Brasília, explica o que é, quais os sintomas, como é feito o rastreamento e como tratar. Entenda mais sobre o tema.
O que é a pré-eclâmpsia
Conforme explica o Dr. Evaldo Trajano Filho “a pré-eclâmpsia geralmente se manifesta por volta das 20 semanas de gestação e é caracterizada por induzir a grávida a uma pressão arterial elevada, fato que pode ser bastante prejudicial, principalmente nesse período da vida de uma mulher".
O médico acrescenta ainda que a doença afeta aproximadamente de 8 a 10% das gestantes e é a principal causa de mortalidade materna. “A pré-eclâmpsia também causa prematuridade e é responsável por cerca de 20% de todas as internações em UTI", complementa o médico.
A causa da pré-eclâmpsia se origina na placenta e acontece da seguinte forma: no começo da gravidez, novos vasos sanguíneos se desenvolvem para mandar sangue à placenta. Em grávidas com pré-eclâmpsia, esses vasos sanguíneos podem não se desenvolver ou funcionar de forma correta. Isso porque ficam mais estreitos que os vasos sanguíneos normais, o que limita o fluxo de sangue que passará por eles para chegar até a placenta.
Quais são os sintomas
A pré-eclâmpsia apresenta alguns sintomas em resultado da elevação da pressão arterial, entre os quais estão:
▪Inchaço dos membros inferiores;
▪Aumento de peso repentinamente;
▪Retenção de líquido;
▪Problemas renais;
▪Dores de cabeça severas;
▪Alterações na visão;
▪Dor abdominal superior;
▪Náusea ou vômito;
▪Redução da necessidade de urinar;
▪Falta de ar.
Ao surgirem esses sintomas, procure imediatamente o seu médico ou vá a um serviço de emergência hospitalar.
Fatores de risco da pré-eclâmpsia
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Entre os fatores de risco mais comuns para a ocorrência de uma pré-eclâmpsia estão:
▪Hipertensão arterial sistêmica crônica;
▪Obesidade;
▪Primeira gestação;
▪Diabetes;
▪Gestação gemelar;
▪Lúpus;
▪Histórico familiar ou pessoal das doenças supracitadas;
▪Gravidez depois dos 35 anos e antes dos 18 anos.
Exames de rastreamento materno-fetais
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Ter um acompanhamento pré-natal criterioso durante a gestação e seguir todas as recomendações médicas é fundamental para prevenir da doença.
Segundo o Dr. Evaldo Trajano Filho, “hoje, nós conseguimos fazer um rastreamento que detecta cerca de 80% das pré-eclâmpsias graves e precoces, isto é, aquelas que acometem a mãe e o neném. Em um primeiro momento, solicitamos alguns exames, durante o estudo morfológico do primeiro trimestre, como a Dopplervelocimetria das artérias uterinas. Também investigamos o histórico materno, avaliando o risco de desenvolvimento da doença. Nas pacientes que apresentam um alto risco, utilizamos o ácido acetilsalicílico, conhecido popularmente como Aspirina, para tentar prevenir a complicação. Nessa fase, o medicamento em questão reduz a incidência da pré-eclâmpsia em cerca de dois terços", enfatiza o médico.
Após realizar exames laboratoriais ou de imagem, fundamentais para que o médico chegue a um diagnóstico, os resultados podem ser, além da pressão arterial elevada, a detecção de proteínas na urina, os níveis reduzidos de plaquetas no sangue (trombocitopenia), ou mesmo, função hepática comprometida. Por isso, a realização desses exames é fundamental durante o 3o trimestre da gestação, até mesmo para detectar casos assintomáticos.
O Dr. Evaldo Trajano Filho explica ainda que “a função do rastreamento é evitar a ocorrência da doença, funcionando apenas como uma probabilidade, não um diagnóstico. Caso a gestante já tenha realizado os exames laboratoriais, e os resultados sejam conclusivos de que a pré-eclâmpsia já está em curso, esse diagnóstico precoce pode ajudar a impedir seu desenvolvimento, fato que poderia resultar no quadro de eclâmpsia, muito mais severo e preocupante, tanto para a gestante quanto para o bebê".
Como é o tratamento?
O tratamento é realizado por meio de medicamentos com objetivo de controlar a doença até que o bebê esteja suficientemente maduro para a realização do parto. O papel do obstetra nesse caso é imprescindível, pois ele irá determinar qual será o tipo de parto adequado nessa condição.
Assistência especializada
A Maternidade Brasília oferece cuidado integral à saúde do gestante e do bebê em formação. Por meio do setor de Medicina Materno-fetal, podemos realizar os exames necessários para rastrear o risco de pré-eclâmpsia e oferecer informações mais precisas para orientar o obstetra na condução do pré-natal.