Muitas mulheres acreditam que não precisam de um médico a menos que estejam diante de um problema de saúde. Esse pensamento é equivocado, principalmente considerando que algumas complicações sérias, como o câncer ou determinadas doenças sexualmente transmissíveis, praticamente não apresentam sintomas e sinais corporais óbvios, e a sua detecção precoce aumenta as chances de cura.
Os exames periódicos ginecológicos têm como objetivo avaliar fatores de risco para problemas de saúde que possam se desenvolver e prevenir a evolução de doenças indesejadas, além de avaliar questões de saúde atuais e garantir o bem-estar físico e reprodutivo da mulher.
Quais assuntos são abordados em uma consulta de rotina?
Toda mulher deve ter consciência sobre a importância de fazer exames ginecológicos de rotina uma vez por ano. Para tanto, o médico especialista fornece orientações específicas de saúde e solicita testes que vão averiguar o funcionamento do organismo.
Entre os principais assuntos a serem abordados nesse tipo de consulta estão: planejamento familiar; triagem e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs); problemas menstruais; sintomas da menopausa; saúde óssea; alterações mamárias e prevenção do câncer ginecológico.
Como é a consulta?
No primeiro momento, será feita uma avaliação médica abrangente, incluindo um histórico familiar para entender os possíveis riscos de câncer. A partir daí, o médico vai verificar a pressão arterial, a frequência cardíaca, a altura e o peso da paciente. O coração e os pulmões serão avaliados com um estetoscópio; as mamas deverão ser verificadas por meio da palpação; o médico vai examinar a glândula tireoide, na garganta, e avaliar o abdômen. Em seguida, um exame pélvico será realizado, incluindo o rastreamento de câncer de colo uterino por intermédio do exame Papanicolau. Se a triagem detectar qualquer alteração, ela pode ser tratada com mais eficácia, por isso é essencial manter a continuidade dos exames de rotina.
Por fim, pode ser que exista uma conversa sobre métodos de controle de natalidade, se a paciente for sexualmente ativa, incluindo maneiras de se proteger das DSTs. Se o objetivo for engravidar, o médico também aconselhará sobre os métodos e cuidados necessários.
A partir de qual idade devo me preocupar com a periodicidade dos exames ginecológicos?
Muitos profissionais aconselham que os exames anuais de ginecologia devem começar por volta dos 15 anos, assim, a paciente tem a oportunidade de esclarecer dúvidas importantes sobre o seu desenvolvimento físico e o ciclo menstrual, além de propiciar a discussão de tópicos importantes referentes à educação sexual. “É importante que, após a primeira menstruação, a paciente seja avaliada e seja verificado se não há nenhum problema, afinal, a possibilidade de gravidez passa a existir”, destaca o ginecologista Dr. Evandro Silva, da Maternidade Brasília.
Um dos mais conhecidos no universo dos exames voltados para as mulheres, o Papanicolau deve começar a ser feito com o início da atividade sexual da paciente.
Não há uma idade definida para a interrupção dos exames ginecológicos de rotina. Inclusive, se a mulher estiver na pós-menopausa, ela deve manter esse hábito, para conversar com o seu médico sobre exames adicionais para osteoporose, câncer de cólon e diabetes.
Não tenha medo ou vergonha de fazer perguntas ou discutir uma preocupação com o seu médico ginecologista. Colocar a sua saúde em primeiro lugar e buscar cuidados específicos e eficazes através do check-up anual também é uma forma de manter a qualidade de vida.