Durante a gestação, é preciso que as mulheres façam o uso de vitaminas próprias para gestantes. Elas são suplementos de vitaminas e minerais que garantem a saúde da mãe e do bebê. Agem durante os nove meses para o crescimento saudável do bebê, prevenindo o surgimento de anemia, perda óssea e má-formação no tubo neural (estrutura embrionária que dará origem ao encéfalo e à medula espinhal). Elas também ajudam na produção do material genético – o DNA – e na evolução do bebê na barriga da mãe.
Esses suplementos devem ser usados de acordo com a orientação da equipe médica. Geralmente, são indicados pelo obstetra ou pelo nutricionista, pois é necessário regular sua quantidade com fatores biomédicos, como idade, presença de doenças como anemia e histórico familiar. É importante ressaltar que nem todas as mulheres precisam de suplementação vitamínica, o que torna o acompanhamento médico muito importante para ponderar seu uso. Vamos entender melhor o assunto?
Que vitaminas a grávida pode tomar?
As vitaminas têm o intuito preventivo – elas são usadas para evitar que sejam desenvolvidas doenças e para estimular o crescimento saudável do bebê. Há gestantes que apresentam quadros de deficiência nutricional que exigem a introdução de vitaminas e, nesses casos, é necessário que o médico avalie a situação de cada mulher. Entretanto, a necessidade de complementação de vitaminas não configura uma patologia – às vezes, as gestantes apresentem deficiência em alguns nutrientes. Isso pode acontecer porque:
- há carência de ingestão dessas vitaminas ou minerais na dieta;
- a quantidade no organismo não é suficiente para o crescimento do feto e de seu organismo;
- o organismo tem dificuldades de absorção e aproveitamento do que é ingerido na dieta alimentar.
As principais vitaminas de que uma gestante pode precisar
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Ferro, cálcio, zinco e cobre
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Vitaminas C, D, B6, B12 e ácido fólico
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Ácidos graxos
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Ômega 3
Quais são as vitaminas pré-natais?
Determinadas necessidades vão surgindo ao longo da gestação e do acompanhamento do crescimento do bebê. Por isso que a assistência profissional, do pré-natal ao nascimento, é tão importante, pois permite que qualquer distúrbio possa ser cuidado e até mesmo evitado. “É justamente com esse intuito que as vitaminas são recomendadas”, é o que explica o Dr. Renan Mendes, ginecologista e obstetra da Maternidade Brasília. Segundo o especialista, no início da gestação não há uma demanda muito grande de vitaminas para o feto, pois é um período da formação que precisa de poucas substâncias. “O ideal é a suplementação a partir do segundo trimestre, porque é o momento em que a mãe começa a perder muitas vitaminas para o feto, já que ele está crescendo e precisa desses elementos para seu desenvolvimento”, ressalta o especialista
Entretanto, a suplementação de ácido fólico, por exemplo, costuma ser a mais recomendada pelo médico ou nutricionista, por cumprir um papel essencial. Esse componente é responsável por prevenir lesões no tubo neural e doenças congênitas. Já que o tubo neural se forma até o 28º dia depois da concepção, a recomendação é que a ingestão dessa vitamina seja realizada até mesmo antes da gravidez, quando esta é planejada. Ou, em outro cenário, a mãe deve iniciar o consumo durante o primeiro semestre da gestação.
Os tipos e as quantidades de vitaminas e minerais que devem ser incorporados à dieta da mulher são variados e dependem do resultado de exames laboratoriais. Em geral, são os exames de sangue que ditam se há deficiência de substâncias no organismo da mãe e que elemento está faltando. Eles são realizados periodicamente ao longo da gestação, a fim de monitorar essas ausências e supri-las. Alguns fatores que influenciam o resultado das análises sanguíneas são a idade, o número de bebês gestando e a presença de doenças como diabetes e osteoporose.
O que pode acontecer se não tomar vitaminas na gravidez?
Não há uma resposta definitiva para essa pergunta. Afinal, como já citamos aqui, a indicação de suplementação de vitaminas varia de acordo com a situação clínica de cada gestante. As vitaminas têm o objetivo de evitar más-formações e doenças que interferem na formação do feto. No entanto, sua recomendação deve respeitar uma combinação das características da mãe com seu histórico familiar e as particularidades de cada gestação. Logo, não é possível preestabelecer que vitaminas devem ser administradas, conforme explica o Dr. Renan Mendes: “Esta é uma questão bem complexa; o polivitamínico tem quase todos os minerais que existem no corpo naturalmente, como vitamina D, zinco, ácido fólico e magnésio, e todos são essenciais e atuam de forma igualmente importante. Não é uma vitamina que resolve problemas, mas o complexo vitamínico. Assim, todas são fundamentais e cumprem sua função específica.”.
Grávida pode tomar vitamina C?
É essencial salientar que tomar vitaminas sem recomendação médica pode ser muito perigoso para a mãe, mas sobretudo para o bebê, porque o excesso de alguns nutrientes gera efeitos colaterais sérios para o fluxo do desenvolvimento do bebê. É o caso do exagero de vitamina A, por exemplo, que pode causar más-formações no feto, e de vitamina C, que aumenta o risco de formação de cálculos renais. Sendo assim, aproveite as consultas de pré-natal para conversar e tirar todas as dúvidas com seu médico e sempre espere os resultados dos exames para o início de qualquer dieta vitamínica.