Benefícios da Amamentação
O leite materno é o alimento mais completo e fácil de digerir que existe para o bebê até o sexto mês. Por isso não é preciso completar com outros leites e alimentos. Ele protege o bebê da maioria das doenças e a mãe da perda de sangue em grande quantidade depois do parto e de anemia. É prático e está sempre à disposição, além de transmitir amor e carinho. Amamentar também diminui as chances de desenvolvimento de câncer de mama e de ovário na mãe.
Hora ouro
Na primeira hora pós-parto, assim que possível, o bebê deverá ir ao seio materno. Este momento é fundamental, visto que não somente inicia a prática alimentar do bebê, mas também estabelece o vínculo afetivo entre mãe e filho, essencial para o desenvolvimento socioafetivo da criança. É neste contato pele a pele entre mãe e bebê que acontece o maior estímulo à amamentação. Este momento ainda ajuda a manter o bebê aquecido, regulando a frequência cardíaca e a respiração. Ao realizá-lo na primeira hora pós-parto, você estará estimulando muitos hormônios que ajudarão no início da apojadura.
Para a mãe, o aleitamento, logo após o parto, libera endorfina, elimina a sensação de dor e dispersa a tensão pós-parto em prol do bem-estar do recém-nascido, despertando o instinto de cuidado e proteção.
Além disso, a prática também estimula a produção de leite e ajuda na contração do útero, diminuindo o risco de hemorragia pós-parto. Atos como pesar ou vestir o bebê podem aguardar para mais tarde.
Descida do leite (apojadura)
A apojadura é um preparo da mama para o início da produção do leite que acontece, geralmente, até cinco dias após o parto. Neste período, as mamas ficam maiores e bem cheias, algumas vezes quentes.
É normal haver um pequeno fluxo de leite, começando a descer em forma de gotinhas – o suficiente para o seu bebê ficar satisfeito. Isto é conhecido como colostro e tem o papel principal de proteção do recém-nascido, pois contém vários anticorpos, sendo considerado a primeira vacina. Essas características permanecem até o 7º dia pós-parto.
O período após o parto deverá ser um momento privado, relaxado e calmo para a nova família, e os profissionais devem se comunicar de uma forma cuidadosa e não ruidosa. O bebê deve permanecer com a mãe, sem interferências, e o companheiro ou outro acompanhante pode se sentir bem-vindo.
Massagem e ordenha
Caso as mamas estejam muito cheias, a mãe pode realizar massagens com a mão espalmada em movimentos circulares, iniciando ao redor do mamilo e depois em direção à raiz da mama (próximo ao tórax), realizando em seguida uma pequena ordenha da aréola para que esta fique bem macia, o que facilita a pega para o bebê.
» Coloque os dedos polegar e indicador na borda da aréola (parte escura da mama), firme os dedos e empurre para trás em direção ao corpo;
» Comprima suavemente um dedo contra o outro, repetindo esse movimento várias vezes até o leite começar a sair;
» Despreze as primeiras gotas e inicie a coleta no recipiente.
Doação de leite materno
O que é?
A produção excessiva de leite materno está entre os relatos mais frequentes de mamas cheias, feitas pelas doadoras de leite humano. Quando isto acontece, é comum que a mãe sinta desconforto entre as mamadas. Nesse caso, algumas mães optam por ajudar a salvar vidas com o leite não consumido pelo seu bebê.
No entanto, não é necessário ter uma produção demasiada de leite para se tornar doadora e não existe quantidade mínima para a doação. É importante lembrar que um litro de leite materno doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia. A depender do peso do prematuro, 1 ml já é o suficiente para nutri-lo a cada vez que for alimentado. Além disso, a produção de leite humano obedece à lei da demanda – quanto mais leite é retirado para doação ou sugado pelo seu bebê, mais leite é produzido.
Como funciona o processo?
De acordo com a legislação RDC Nº 171, além de apresentar excesso de leite, a doadora deve ser saudável, não usar medicamentos que impeçam a doação e se dispor a ordenhar e a doar o excedente a um banco de leite humano. A doação de leite humano passa pelo processo de coleta, processamento e distribuição para bebês prematuros internados de baixo peso (menos de 2,5 kg) e com patologias, principalmente do trato gastrointestinal, que não podem ser alimentados diretamente pelas próprias mães.
Todo o leite doado é analisado, pasteurizado e submetido a um rigoroso controle de qualidade antes de ser ofertado a uma criança, conforme a RDC Nº 171. Após análises das suas características, o leite é distribuído de acordo com as necessidades específicas de cada recém-nascido internado.
Como ser doadora?
O primeiro passo para ser uma doadora é entrar em contato com nosso Banco de Leite Humano pelo telefone (61) 2196-5318. Você receberá todas as orientações necessárias para a coleta e armazenamento do leite humano ordenhado, além de realizar um cadastro de doadora. Por isso, antes de contatá-los, tenha em mãos os últimos exames realizados no seu pré-natal.
Após o contato telefônico com o BLH, um médico avaliará os seus dados e, uma vez considerada apta como doadora, a equipe a notificará sempre na véspera da visita. A cidade é dividida em zonas que serão visitadas ao menos uma vez por semana. A cada visita, a doadora recebe novos frascos esterilizados e vazios e entrega a sua doação de leite.
Antes de começar a doar, a nutriz aprende como coletar o leite e recebe materiais como gorro, máscara, etiquetas e frascos de vidro esterilizados com tampa plástica. Todo transporte é realizado em caixas isotérmicas e com gelo reciclável e controle de temperatura, mantendo assim a qualidade do seu leite.
Como coletar o leite humano para doação
Passo 1: Prepare o frasco
» Escolha um frasco de vidro com tampa plástica, como os de café solúvel ou maionese;
» Retire o rótulo e o papelão que fica sob a tampa e lave com água e sabão, enxaguando bem;
» Em seguida, coloque em uma panela o vidro e a tampa, e cubra com água, deixando ferver por 15 minutos (conte o tempo a partir do início da fervura);
» Escorra a água da panela e coloque o frasco e a tampa para secar de boca para baixo em um pano limpo;
» Deixe escorrer a água do frasco e da tampa. Não enxugue;
» Você poderá usar quando estiver seco.
Passo 2: Prepare-se para retirar o leite materno (ordenha)
O leite deve ser retirado depois que o bebê mamar ou quando as mamas estiverem muito cheias. Ao retirar o leite, é importante que você siga algumas recomendações que fazem parte da garantia de qualidade do leite humano distribuído aos bebês hospitalizados:
» Escolha um lugar limpo, tranquilo e longe de animais;
» Prenda e cubra os cabelos com uma touca ou lenço;
» Evite conversar durante a retirada do leite ou utilize uma máscara ou fralda cobrindo o nariz e a boca;
» Lave as mãos e antebraços com água e sabão e seque com papel toalha.
Passo 3: Retire o leite materno (ordenhe)
Massageie as mamas com as mãos começando na aréola (parte escura da mama) e, de forma circular, abrangendo toda mama. O ideal é que o leite seja retirado de forma manual.
» Primeiro coloque os dedos polegar e indicador na borda da aréola (parte escura da mama);
» Firme os dedos e empurre para trás em direção ao corpo;
» Comprima suavemente um dedo contra o outro, repetindo esse movimento várias vezes até o leite começar a sair;
» Despreze as primeiras gotas e inicie a coleta no frasco.
Passo 4: Armazene o leite coletado
O frasco com o leite retirado deve ser armazenado no congelador ou freezer. Na próxima vez que for retirar o leite, você deve utilizar outro recipiente esterilizado e, ao terminar, acrescentar este leite no frasco que está no freezer ou congelador, mas não o encher até a borda – procure deixar um espaço de dois dedos abaixo da tampa. O leite pode ficar armazenado congelado por até 15 dias.
A importância da rede de apoio na amamentação
O ato de amamentar é parte da relação humana, sendo um fenômeno sócio-histórico, com repercussões na prática cultural. Isto quer dizer que, ao longo da história da humanidade, diversos sentidos e valores foram atribuídos à amamentação, que influenciam diretamente na decisão da mulher em amamentar ou não os seus filhos e como ela se relaciona com esta experiência.
Um dos fatores mais relevantes para essa experiência é a rede de apoio, que atua promovendo amparo e suportes psicoafetivo e emocional à mulher. Uma rede protetiva, tecida e fortalecida em conjunto – já durante a gravidez – que age a favor do bem-estar da recém-mãe, auxilia para que ela esteja segura para se relacionar sem medo com seu bebê. A rede de apoio é formada pelo companheiro, familiares, amigos, padrinhos e profissionais da assistência materno-infantil. São pessoas que proporcionam confiança e se ocupam dos cuidados dispensados à mãe eventualmente, deixando-a livre para cuidar de seu bebê ao seu modo. Assim, o entorno pode contribuir com algumas atitudes, como:
» Concentrar o foco no fortalecimento do vínculo entre mãe e bebê;
» Reconhecer cada conquista superada;
» Ofertar uma escuta empática e livre de julgamentos;
» Levar informações de qualidade;
» Apresentar profissionais especializados para atuarem junto às questões e dificuldades encontradas.