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Gestação

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Vacinas durante a gestação: um gesto de amor ao bebê que está por vir

Os recém-nascidos ainda não têm um sistema imunológico desenvolvido, o que os torna particularmente vulneráveis a determinadas doenças
RM
Dr. Renan Mendes Barros - Ginecologista e obstetra Atualizado em 22/11/2019

Se você está planejando engravidar ou se já está nas primeiras semanas de gestação, é importante conversar com seu médico sobre as vacinas que vai precisar tomar nesse período. A imunização pode atuar contra infecções em seu corpo e também vai ajudar a garantir proteção para seu bebê após o nascimento, antes que ele seja vacinado.

“É de extrema importância priorizar a vacinação adequada durante a gestação pelo fato de que, se a mãe adquire imunidade contra certos tipos de vírus e bactérias, diminui o risco de ela se contaminar, o que poderia levar a sérias consequências materno-fetais, como restrição de crescimento; problema de desenvolvimento fetal; más-formações; prematuridade e infecção neonatal, entre outras. Além disso, ainda existe o fato de a gestante criar anticorpos e passá-los para o feto”, ressalta o Dr. Renan Mendes Barros, ginecologista e obstetra da Maternidade Brasília.

Afinal, por que é tão importante me imunizar?

Nem todo mundo sabe, mas o bebê em desenvolvimento no útero recebe sua proteção contra doenças justamente da mãe durante a gestação. Dessa forma, as vacinas fazem com que o corpo da mulher crie anticorpos protetores, isto é, proteínas produzidas pelo organismo que atuam contra invasores, como bactérias e vírus, que, posteriormente, serão transmitidos para o bebê, mantendo-o protegido de enfermidades que seriam potencialmente fatais para um recém-nascido durante os primeiros meses de vida, quando ele ainda não pode ser diretamente vacinado.

As principais vacinas que toda gestante precisa tomar

Influenza (protege contra a gripe)

Atenção! As alterações nas funções imunológica, cardíaca e pulmonar durante a gravidez aumentam as probabilidades de doenças “simples”, como a gripe, afetarem de forma grave o organismo, fora os riscos de complicações na gravidez, como trabalho de parto prematuro. Por isso, a vacina contra a gripe é fundamental, podendo ser realizada em qualquer trimestre da gestação.

DTPA tríplice bacteriana (protege contra a difteria, o tétano e a coqueluche)

Enquanto a vacina citada acima protege você e o bebê, a tríplice bacteriana protege, principalmente, o recém-nascido. Na falta dessa imunização, o pequeno pode sofrer com a tosse convulsa, que pode ser fatal. Cerca de metade dos bebês com menos de 1 ano que apresenta essa condição precisa de tratamento intensivo no hospital. Por isso, a cada gestação, é preciso tomar uma dose dessa vacina, independentemente de quando a mulher recebeu a última vacinação da DTPA. Além disso, essa dose também vai proteger o pequeno do tétano, que pode ocorrer pela contaminação do cordão umbilical, e da difteria, que pode causar obstrução respiratória, com alta taxa de mortalidade entre os recém-nascidos. O especialista da Maternidade Brasília reforça que essa dose deve ser administrada entre a 22ª e 28ª semana de idade gestacional.

Hepatite B

Todas as mulheres grávidas devem ser testadas para a hepatite B, pois essa doença apresenta sintomas comuns a outras complicações, como vômitos, dores musculares, náuseas e mal-estar.A vacina é importante considerando que um bebê cuja mãe sofre com essa condição corre grande risco de ser infectado ainda durante o parto, tendo quase 25% de chance de desenvolver hepatite B crônica nos anos seguintes se não for tratado adequadamente no nascimento. A hepatite B pode acabar resultando em câncer no fígado ou mesmo cirrose, ambos quadros perigosos que configuram risco de vida. De acordo com o médico, essa vacina deve ser administrada em três doses, caso a gestante não tenha imunidade, a partir da 12ª semana de gestação.

Todas as vacinas são seguras para a gestante?

“Todas as vacinas liberadas durante a fase gestacional são de segurança total para a mãe e o bebê, uma vez que são utilizadas apenas partículas virais, que não têm capacidade de contagiar ou afetar negativamente nenhum dos dois. Por constituírem um corpo estranho dentro do organismo, esses pequenos fragmentos estimulam o corpo humano a combatê-los de alguma forma, criando os anticorpos específicos para essa função e, consequentemente, provocando imunidade contra aquela doença”, explica o Dr. Renan, que também é enfermarista da Maternidade Brasília.

Porém, de fato, algumas das vacinas que contêm o vírus atenuado – como febre amarela, caxumba, VOP e BCG – não são seguras para ser aplicadas durante a gestação. Já a tríplice bacteriana, que contém o componente da rubéola, pode e deve ser administrada. Vale lembrar, ainda, que outras vacinas devem ser aplicadas antes de a mulher engravidar, como contra a rubéola, por exemplo. Segundo o médico, o ideal é que a dose em questão seja aplicada três meses antes da gravidez.

Quer saber mais sobre as vacinas e quando tomar cada uma delas? Tire suas dúvidas no www.vacinas.com.br ou, se preferir, baixe o documento completo aqui

Fonte: Dr. Renan Mendes Barros, ginecologista e obstetra da Maternidade Brasília.

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Dr. Renan Mendes Barros

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