Já reparou que em seu braço direito há uma marquinha que não é de nascença, mas sempre esteve lá? É a cicatriz da vacina BCG. Ela está – ou deveria estar presente – no braço de toda a população, sobretudo a brasileira. Isso porque quando recebemos a vacina, é natural que ela deixe essa cicatriz, o que faz com que seja popularmente chamada de “a vacina da marquinha”.
Para que serve a vacina BCG?
A BCG serve para nos proteger contra as formas graves da tuberculose. “A tuberculose é uma doença muito contagiosa e transmitida pelo ar. A mais conhecida é a variante que se instala no pulmão, mas a doença pode acometer vários órgãos, sendo mais grave quando atinge as meninges do cérebro (causando meningite) ou quando acomete vários órgãos simultaneamente”, explica a Dra. Sandi Sato, pediatra e gerente médica da Maternidade Brasília. Para fabricá-la, usam-se “versões atenuadas” da bactéria causadora da tuberculose (Bacillus Calmette-Guérin, BCG) que, quando injetadas no organismo, estimulam a produção de anticorpos contra as formas graves da doença. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse quadro é uma das dez maiores causas de morte no ranking mundial – são cerca de 10 milhões de novos casos anuais em todo o mundo.
A OMS também estima que, nos países onde a BCG faz parte do calendário de vacinas infantis obrigatórias, essa medida chega a prevenir mais de 40 mil novos casos anuais da forma grave da doença. O contágio da enfermidade foi considerado uma pandemia descontrolada em meados dos séculos 19 e 20. “Naquela época, o desconhecimento gerou muitos mitos e desinformação em torno da doença. Hoje, já se sabe que a melhor forma de prevenção é a vacina”, completa a Dra. Sandi.
Quando tomar?
A recomendação dos órgãos de saúde sobre a vacina BCG é que ela deve ser ministrada na criança o mais precocemente possível, a partir de 12 horas de vida. Pode ser tomada, geralmente, até os 5 anos de idade.
Por que a vacina BCG forma cicatriz?
A vacina é aplicada no braço direito e pode levar de três a seis meses para manifestar resposta. O surgimento de uma pequena mancha vermelha no local é a primeira reação do organismo. A famosa e que desperta muita curiosidade cicatriz da vacina BCG é considerada um processo natural, e é relevante para a validação de seu efeito protetor. Portanto, a ferida (úlcera), que evolui para uma cicatriz, é o sinal de que a vacina cumpriu a missão de imunização. “É importante não colocar produtos, medicamentos ou curativos, pois trata-se de uma resposta esperada e normal à vacina”, alerta a pediatra.
No entanto, há apenas dois casos em que a vacina é contraindicada: quando a mamãe usou, durante a gestação, medicamentos que podem ter causado diminuição da imunidade do recém-nascido ou quando o bebê é prematuro e ainda não atingiu 2 kg de peso.
Reações adversas
Com exceção dessa marca no local da aplicação, em geral, a vacina BCG e as reações adversas não acontecem com frequência. Em raros casos, pode haver inchaço dos gânglios linfáticos, conhecido como ínguas, em regiões como virilha e axila, dor muscular e feridas graves. Caso isso aconteça, basta fazer um acompanhamento com uma equipe médica para averiguação do quadro. É por isso que ela só pode ser aplicada por um profissional da saúde, de acordo com todas as recomendações.
Vacina BCG no Brasil: qual a diferença da rede pública e privada?
O Brasil colocou em prática um plano de imunização há mais de 30 anos e, nos últimos 10 anos, a incidência de casos de tuberculose no país reduziu 20,2%. Com isso, atingimos as metas dos Objetivos do Milênio (ODM) de combate à tuberculose três anos antes do prazo estipulado. Essa conquista é fruto da ação efetiva do Sistema Único de Saúde (SUS) em parceria com o setor privado.
Portanto, a diferença entre a rede pública e privada não se dá pela qualidade da medicação, mas pela disponibilidade de doses. Como as vacinas possuem alto custo, o calendário vacinal da rede pública segue a demanda coletiva, ou seja, quando os números de casos de determinada doença estão elevados, o calendário se ajusta para estancar a disseminação. Já na rede privada, o oferecimento da vacina atende às necessidades de cada indivíduo.
Na Maternidade Brasília, as famílias têm a oportunidade de vacinar seus bebês logo após o nascimento. Se depois da avaliação do pediatra o bebê estiver apto a tomar a vacina, o Laboratório Exame, parceiro da maternidade, oferece o serviço para as mamães que já quiserem vacinar seus filhos antes mesmo da alta médica.
No caso das mamães que optarem por vacinar os bebês depois de estarem em casa, podem solicitar o atendimento domiciliar. A equipe do Laboratório Exame vai até o local e aplica a vacina no bebê. Para isso, basta agendar o atendimento pelo número: (61) 2196-5366.