Em formato de borboleta, no centro da região cervical, a tireoide é uma glândula importantíssima para o equilíbrio sistêmico do organismo. Se pensarmos no corpo humano como uma máquina, cada órgão ou glândula (como a tireoide) se comporta como uma espécie de engrenagem. Tudo precisa estar em harmonia para o corpo funcionar corretamente. Com a tireoide não é diferente: “Ela regula a função de importantes órgãos como o coração, o cérebro, o fígado e os rins e produz os hormônios T4 e T3”, explica a endocrinologista Daniela Gebrim, da Maternidade Brasília.
A glândula também é responsável por produzir hormônios que permitem o crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes e também regula o ciclo menstrual das mulheres, além de influenciar o humor, a memória e o peso, entre outras ações. Mas, afinal, o que são os hormônios? Os hormônios são substâncias químicas fabricadas pelo sistema endócrino que atuam como estimulantes para as atividades celulares. Portanto, você certamente já ouviu falar sobre o que é tireoide e hormônios, mas vamos entender melhor como ela atua e por que é tão importante as gestantes estarem atentas ao funcionamento dessa glândula.
Ela está localizada na parte anterior do pescoço, logo abaixo do pomo de Adão, e pesa de 10 a 25 gramas. Quando há uma alteração na tireoide, o corpo expressa alguns sinais. Cansaço, perda de peso ou alterações menstruais são alguns dos sintomas que comprometem a qualidade de vida. De acordo com a endocrinologista, há dois principais problemas na tireoide: o hipotireoidismo e o hipertireoidismo.
“Quando ocorre o hipotireoidismo, ou seja, quando a tireoide reduz a produção de seus hormônios, o coração pode bater mais devagar, o intestino não funciona direito e pode haver alteração do crescimento, além de aumentar o risco de abortamentos. Podem ocorrer também redução da memória, cansaço excessivo, sonolência, aumento do colesterol e da pressão sanguínea. Quando a tireoide produz hormônios em excesso, ou seja, no hipertireoidismo, pode haver perda de peso, aumento da frequência cardíaca, diarreia, insônia, agitação e cansaço”, complementa a médica.
Sintomas da tireoide alterada
Desse modo, o que conhecemos como sendo patologias da tireoide dizem respeito ao seu nível de produção de hormônios, seja alto, seja baixo. A partir do momento em que ocorre o aumento ou a diminuição da produção dessas secreções, os sintomas aparecem. Surge, assim, a necessidade de regular o funcionamento da glândula para equilibrar suas atividades e suavizar os sintomas.
Essas disfunções tireoidianas geram um aumento no tamanho da glândula, chamado de bócio. Popularmente conhecido como tireoide alta, o bócio é um sinal de alerta importante sobre o mau funcionamento da tireoide. Ele acontece tanto no hipotireoidismo como no hipertireoidismo. Além disso, outro problema que pode surgir é a tireoide inflamada. A tireoidite é causada por diversos motivos, que incluem desde efeitos autoimunes até a consequência da intoxicação por remédios.
E, por fim, há os nódulos tireoidianos, que podem ser benignos ou malignos. Quanto a isso, a Dra. Daniela Gebrim ressalta: “O seu aumento exagerado é chamado bócio e o surgimento de pequenos ‘caroços’ são os nódulos. A maioria dos nódulos é benigna e menos de 5% são cânceres de tireoide.”.
Tireoide e gravidez
Outra situação apresentada pela Dra. Daniela, que exige consideração quanto à tireoide, é a gravidez. Tanto para as gestantes que já lidam com disfunções tireoidianas quanto para aquelas que as desenvolvem ao longo da gestação, o acompanhamento especializado é fundamental. A mamãe deve manter a suplementação de iodo ao longo do período, por meio de suplementos vitamínicos prescritos pelo obstetra.
É comum que, na primeira consulta de pré-natal, seja realizado o exame de Hormônio Estimulador da Tireoide (TSH) para avaliar a função tireoidiana. Caso alterações sejam diagnosticadas, o recomendado é manter o tratamento durante os nove meses de gestação. A endocrinologista Dra. Daniela Gebrim explica: “Gestantes com hipotireoidismo devem ser adequadamente tratadas. O objetivo deve ser a manutenção dos níveis de produção de TSH e T4 livre e total dentro da normalidade para cada fase da gestação, com monitorização dos níveis hormonais a cada seis semanas. Mulheres com hipertireoidismo devem ser encorajadas a gestar apenas depois do completo controle dos níveis hormonais de TSH e T4 livre e, preferencialmente, se estiverem sem uso de medicamentos. O uso de medicamentos para o controle do hipertireoidismo deve ser realizado com cuidado porque pode trazer prejuízo ao desenvolvimento do bebê.”.
O que causa problemas na tireoide?
Afinal, o que leva a tireoide a desequilibrar sua produção de hormônios? Nos casos de hipotireoidismo ou hipertireoidismo, o que acontece é um desajuste na forma habitual de funcionamento da glândula. É como se ela, simplesmente, perdesse o ritmo de um dia para o outro. Sem uma razão exata, mas é um processo autoimune, em que as células da tireoide são atacadas pelo sistema imunológico do próprio paciente.
Outros quadros que podem acometer a tireoide são os nódulos. A Dra. Daniella Gebrim afirma haver fatores genéticos e ambientais que estimulam o surgimento deles.
Problemas na tireoide têm cura?
A boa notícia é que sim! Os problemas da tireoide têm cura. Nódulos, malignos ou benignos, são retirados por meio de intervenção cirúrgica. Depois da recuperação da operação, o paciente retorna à vida normal, quando passa a fazer apenas acompanhamento de rotina. Já sobre o aumento da produção de hormônios e suas disfunções, o tratamento consiste na prescrição de remédios para o controle do funcionamento da glândula e dos sintomas.
Por fim, o recado mais importante fica para as gestantes, que devem redobrar os cuidados com a saúde, incluindo o acompanhamento do funcionamento da tireoide. Converse com seu médico sobre o assunto.
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