Para muitas mulheres, a gravidez é um momento de muita emoção no qual a mãe e o bebê se tornam um só. Apesar das diferenças genéticas, o organismo, na maioria das vezes, também trabalha desta forma – o sistema imunológico materno protege o feto. No entanto, em alguns casos, é possível que este feto libere proteínas na circulação da mãe, estimulando uma reação imunológica adversa. Quando esta situação ocorre, pode gerar uma doença denominada pré-eclâmpsia – e requer atenção redobrada da gestante.
Origens da pré-eclâmpsia
A Dra. Nívia Ximenes, obstetra da Maternidade Brasília, entra em detalhes sobre o problema de origens complexas. “Acontece quando a placenta penetra o útero da mãe, podem ser liberadas diversas substâncias que consequentemente geram aumento da pressão arterial, trazendo riscos tanto para a gestante quanto para o bebê. Não se sabem os motivos exatos que geram a pré-eclâmpsia, sendo considerada uma condição multifatorial – e mais frequente a partir da 20ª semana de gestação. Apesar disso, há alguns fatores de risco associados”, explica a Dra. Nívia.
“Os principais fatores de risco da pré-eclâmpsia são hipertensão crônica, diabetes, lúpus, obesidade e histórico familiar de tais doenças. Primeira gestação, gêmeos ou antes dos 18 e depois dos 35 anos de idade também são mais arriscadas”, acrescenta.
Como identificar?
A pré-eclâmpsia pode ser assintomática, mas alguns sintomas são frequentemente associados à condição. São eles:
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Hipertensão arterial
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Inchaço (especialmente dos membros inferiores)
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Aumento considerável de peso
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Perda de proteína pela urina
Quando não tratada, a pré-eclâmpsia também pode evoluir para a eclampsia, mais grave e ainda mais arriscada para a mãe e para o bebê. Os sintomas da eclampsia incluem:
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Convulsão
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Dores agudas de cabeça e/ou estômago
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Alterações na visão
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Sangramento vaginal
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Coma
O diagnóstico de pré-eclâmpsia pode ser realizado pelo médico que realiza o pré-natal da gestante. Para tal, são levados em consideração os sintomas descritos pela paciente, bem como o nível da pressão arterial, a história clínica e exames de urina e sangue.
Como tratar?
Para tratar a pré-eclâmpsia e prevenir a evolução para a eclampsia, a gestante deve manter acompanhamento redobrado durante o pré-natal, além de se manter em repouso, medir regularmente a pressão arterial e evitar alimentos com muito sódio. A retirada da placenta resulta na regressão gradual da condição. Em casos mais graves, podem ser receitados medicamentos anti-hipertensivos e anti-convulsivantes.