A gravidez molar é um nome popular para a doença chamada mola hidatiforme, que acontece por uma alteração genética na gravidez que faz com que as células da placenta se multipliquem de forma exagerada, parecendo um cacho de uvas. Tal quadro gera intensa manifestação de sintomas comuns relacionados com a gestação e sangramento transvaginal. Esse é um problema que afeta muitas mulheres e provoca bastante dúvida e anseio nas gestantes.
Trata-se de um quadro raro, mas que necessita de acompanhamento médico para identificação e tratamento precoce de complicações sérias. O diagnóstico feito no primeiro trimestre de gestação reduz o risco de mortalidade pela doença.
Neste blog, entenda o que é, quais são as causas da condição e quais são os principais sintomas. Quem explica o assunto é a Dra. Camila Lueneberg, ginecologista e obstetra da Maternidade Brasília. Confira no texto a seguir.
O que é mola hidatiforme?
A mola hidatiforme é um distúrbio raro que ocorre no momento da fertilização do óvulo por causa de alterações cromossômicas durante a fecundação, caracterizadas por uma proliferação anormal de células da placenta. Embora não se tenha uma causa específica que explique o motivo, a doença pode estar associada à fecundação de um óvulo por dois espermatozoides.
Essa condição pode ser completa ou parcial. Na mola parcial, ocorre a geração de um bebê com malformação, que impede sua sobrevivência; já na mola hidatiforme completa, o bebê não é gerado.
Em alguns casos, as células da placenta da mola continuam a crescer depois do tratamento, formando um câncer chamado neoplasia trofoblástica gestacional (NTG).
Veja, a seguir, os tipos de mola hidatiforme.
Mola hidatiforme completa
Nesse caso, não há feto e acontece uma proliferação maior do trofoblasto, um conjunto de células que formam a placenta. A condição é resultado da fecundação de um óvulo sem núcleo ativo em razão de um espermatozoide com cariótipo, estrutura formada por genes que contêm DNA duplicado, ou quando ele é fecundado por dois espermatozoides.
Mola hidatiforme parcial
Nos casos da mola hidatiforme parcial ou incompleta, há um feto, no entanto, ele apresenta muitas malformações. Esse tipo acontece com a fecundação de um óvulo normal por dois espermatozoides ou por um espermatozoide diploide, diferente do que acontece na forma completa.
O que causa a mola hidatiforme?
As causas da gravidez molar não são totalmente definidas e esclarecidas, o que se sabe é que ocorre por causa de alterações genéticas que acontecem quando o óvulo é fecundado por dois espermatozoides ao mesmo tempo ou então quando um espermatozoide imperfeito é fertilizado em um óvulo saudável. Essa é uma condição muito rara que pode acontecer com mulheres em todas as idades, no entanto, é mais observada naquelas com menos de 20 e mais de 35 anos.
Quais são os sintomas da gravidez molar?
Os sintomas da gravidez molar são semelhantes aos da gravidez normal, no entanto, depois da sexta semana de gestação, podem acontecer:
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Aumento anormal do útero.
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Dor abdominal.
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Dor nas costas.
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Sangramento vaginal.
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Muitos vômitos.
Por meio de exames, também podem ser detectados outros sintomas, como anemia, aumento dos hormônios da tireoide e beta HCG, cistos nos ovários, pré-eclâmpsia e desenvolvimento lento do feto.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da mola hidatiforme é obtido após a realização de ultrassom transvaginal, normalmente entre a sexta e a nona semana de gravidez. O médico obstetra poderá solicitar também exames de sangue para analisar os níveis do hormônio beta HCG, que ficam elevados nesse caso. Também pode pedir exames de urina, ressonância magnética ou tomografia computadorizada.
Quais são as complicações da mola hidatiforme?
A sensação da mulher é como se estivesse grávida, mas as molas hidatiformes crescem mais rápido que um feto e o abdome fica maior mais depressa do que em uma gravidez normal.
As molas hidatiformes podem causar complicações como:
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Sepse;
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Infecção do útero;
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Queda grave da pressão arterial;
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Pré-eclâmpsia.
Pode ocorrer também hipertireoidismo em mulheres com doença trofoblástica gestacional. E diante do desenvolvimento do coriocarcinoma (câncer), outros sintomas podem surgir nos demais órgãos em caso de metástase.
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Tratamento
O tratamento da mola hidatiforme é feito por meio de um procedimento de curetagem, ou seja, a sucção do interior do útero para a retirada do tecido anormal. Em raríssimas situações, após essa curetagem, as células anormais podem continuar no útero e causar o coriocarcinoma gestacional, um tipo de câncer. Nesses casos, serão necessárias cirurgia, quimioterapia e radioterapia, de acordo com cada caso.
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