Quando um bebê nasce de parto prematuro, há grandes chances de ele não conseguir mamar no peito da mamãe logo nos primeiros dias de vida. “Isso acontece por vários fatores, a fragilidade do bebê prematuro e a demora para o leite da mamãe “descer” são alguns deles”, explica a Dra. Sandi Sato, pediatra e gerente médica da Maternidade Brasília. Mas, como sabemos, o leite materno é o alimento padrão ouro para um recém-nascido, e isso vale principalmente para esses bebês que nascem antes de completar as 40 semanas de gestação. Mas a boa notícia é que 1 pote de (contendo em média 300ml) de leite materno pode alimentar até 10 recém-nascidos em um dia.
Na Maternidade Brasília, os bebês prematuros recebem os cuidados da equipe do Centro de Terapia Intensiva Neonatal (Cetin). Graças ao leite doado por muitas mamães ao Banco de Leite da maternidade, é possível oferecer leite humano aos pequenos que são internados no Cetin. São centenas de mamães que estão dispostas a “preencher a vida com amor”. Afinal, quando a mamãe está amamentando, o leite sobra e ela tem vontade de doar para outras crianças. É um gesto de amor ao próximo que não tem preço.
Segurança alimentar
“Doação de Leite Humano: a pandemia trouxe mudanças, a sua doação traz esperança.” Com este slogan, a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (RBLH) propõe a valorização desse gesto de doação de leite, principalmente neste momento tão delicado que vivemos. Hoje, mais de um ano após o início da pandemia no Brasil, já se constatou que quando a gestante adquire a forma mais grave da doença, o risco de um parto prematuro aumenta. Somado a isso, vimos diminuir os estoques nos bancos de leite porque muitas mamães preferem não se deslocar para evitar o contágio pelo novo coronavírus.
“É um cenário desafiador, pois a demanda aumentou e as doações passaram por quedas. Então adotamos outras formas de receber o leite doado pelas mamães”, acrescenta a Dra. Sandi. O Banco de Leite da Maternidade Brasília passou a oferecer o teleatendimento para orientar às mamães sobre amamentação, ordenha e acondicionamento do leite excedente. Quando elas manifestam vontade de doar o leite, o primeiro passo é feito pela equipe, que realiza uma avaliação minuciosa para verificar a condição de saúde da doadora e identificar possíveis doenças infectocontagiosas.
Em caso de resultado negativo nesses exames, a doadora pode ordenhar o leite, acondicioná-lo em potinhos de vidro com tampa de plástico, e entrar em contato com a Maternidade Brasília. “Nós enviamos uma equipe à residência da doadora para buscar os potinhos e também oferecemos o kit de coleta. Elas não precisam se deslocar até a Maternidade”, continua a pediatra. No Banco de Leite, o material doado é pasteurizado, o que permite eliminar microrganismos que possam estar presentes. Em seguida, ele permanece em quarentena aguardando o resultado do exame microbiológico, para se confirmar a eficácia da pasteurização. Após esse processo e, acondicionado da maneira correta, o leite pode ficar armazenado por até 180 dias.
O leite materno oferece todos os nutrientes de que o bebê necessita para crescer forte e saudável. As crianças que são amamentadas desenvolvem menos alergias, infecções, diarreias, doenças respiratórias e otites, além de terem menos chances de sofrerem com obesidade e diabetes tipo 2.
Este é o único alimento que concentra todos os nutrientes necessários para o recém-nascido para que ele cresça de forma saudável até os 6 meses de vida. “Após essa idade, pode ser incluída alimentação balanceada, e a amamentação pode seguir até os dois anos ou mais”, explica a Dra. Sandi Sato, pediatra e gerente médica da Maternidade Brasília.
Ela explica ainda que a amamentação também ajuda a combater a fome e a desnutrição e garante a segurança alimentar e nutricional de bebês em todo o mundo. Outra vantagem é que crianças amamentadas demonstram melhor desempenho em testes de inteligência e tornam-se adultos mais produtivos e saudáveis.
Orientação
Amamentar pode ser um desafio mesmo para aquelas que não são mamães de primeira viagem. Mas é importante saber que, se este for o seu caso, você não está sozinha. Pode contar com o apoio especializado do Banco de Leite da Maternidade Brasília. Nossos profissionais oferecem orientações presenciais ou por telefone sobre a melhor forma de posicionar o bebê na hora da amamentação, a “pega” do peito, e outras dúvidas que podem surgir ao longo do caminho. “O importante é ter paciência e buscar ajuda especializada”, acrescenta a pediatra.
A Maternidade Brasília apoia essa causa, e o Banco de Leite da Maternidade Brasília está de mãos dadas com as mamães e seus pequenos para vê-los crescerem fortes e saudáveis. Para ter atendimento por telefone, as mães que estão amamentando ou que querem fazer sua doação de leite podem ligar para (61) 2196-5318.