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A diabetes gestacional é uma condição que altera os níveis de glicemia, com elevação da glicose no sangue materno durante a gravidez. Geralmente, ela é diagnosticada no segundo ou terceiro trimestre da gestação.
O quadro ocorre devido à secreção de hormônios produzidos pela placenta que antagonizam o efeito da insulina materna e que, somados a fatores de risco, podem provocar a elevação da glicemia no organismo materno e, por consequência, no organismo do bebê.
No Brasil, estima-se que cerca de 1 em cada 10 gestantes seja diagnosticada com a condição. Continue a leitura para saber detalhes das causas, formas de diagnóstico e opções de tratamento.
Diabetes gestacional: o que é?
A diabetes gestacional é uma condição que ocorre durante a gravidez, caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue. Ela se desenvolve em mulheres que, antes da gestação, não apresentavam a doença, mas que, durante a gravidez, tornam-se incapazes de manter normais os seus níveis glicêmicos normais. E isso se deve à resistência à ação da insulina causada principalmente pelos hormônios placentários, com destaque para o hormônio lactogênio placentário.
Essa condição pode se manifestar em qualquer fase da gravidez, embora seja mais comum entre a 24ª e a 28ª semana de gestação.
Possíveis causas para a diabetes gestacional
O diabetes gestacional ocorre quando o corpo da gestante não consegue produzir insulina suficiente para superar a resistência à insulina causada pelos hormônios da placenta.
Esses hormônios, essenciais para o crescimento do bebê, podem dificultar a ação da insulina, levando ao aumento dos níveis de glicose no sangue. Embora as causas exatas não sejam completamente compreendidas, sabe-se que acontece devido a uma combinação de fatores hormonais e genéticos.
Fatores de risco conhecidos são a idade avançada, obesidade, histórico familiar de diabetes tipo 2, e ter tido diabetes gestacional em gestações anteriores.
Sintomas da diabetes gestacional
A maioria das mulheres com diabetes gestacional não apresenta sintomas, sendo essencial realizar exames específicos para diagnosticar a condição. Quando há manifestações, os sinais mais comuns são:
. Aumento desproporcional do fundo de útero.
. Ganho de peso excessivo, tanto para a mãe quanto para o bebê, este último avaliado no exame de imagem.
. Falta de ar, principalmente em posição deitada.
. Contrações uterinas frequentes em gestações prematuras.
. Aumento do risco de perda de líquido amniótico antes do tempo esperado para o parto.
Possíveis complicações para a gestante e o bebê
Quando não é adequadamente controlada, a diabetes gestacional pode gerar complicações tanto para a mãe quanto para o bebê, sendo considerada uma gravidez de risco. Os riscos para a mãe são:
. Pré-eclâmpsia, o que significa apresentar pressão alta na gravidez que pode causar danos aos órgãos da mãe e restrição de crescimento fetal.
. Desenvolvimento de diabetes tipo 2 após o parto.
. Aumento de infecções.
. Maior risco de necessidade de parto cesáreo.
. Maior risco de sangramento no pós-parto, com dificuldade de contração uterina eficaz para conter a hemorragia puerperal.
Já os riscos para o bebê incluem:
. Macrossomia, ou seja, bebês que crescem excessivamente.
. Maiores chances de um parto prematuro.
. Risco de hipoglicemia neonatal, ou seja, diminuição dos níveis de glicose no sangue do bebê após o nascimento.
. Retardo de maturação no pulmão do bebê, com risco de cansaço após o nascimento.
Como é feito o diagnóstico da diabetes gestacional?
O diagnóstico do diabetes gestacional é realizado por meio de dois exames de sangue: a glicemia de jejum e o teste oral de tolerância à glicose.
O exame de glicemia de jejum deve ser feito idealmente antes das 20 semanas de gestação, preferencialmente no início. Resultados abaixo de 92 mg/dL são considerados normais, enquanto valores entre 92 mg/dL e 126 mg/dL indicam a presença de diabetes gestacional.
O diagnóstico é confirmado com a realização de uma segunda coleta de sangue. Para mulheres com glicemia de jejum abaixo de 92 mg/dL, recomenda-se realizar o teste oral de tolerância à glicose entre as 24 e 28 semanas de gestação, como medida de rastreamento.
Nele, a gestante ingere uma solução contendo 75g de glicose, geralmente com um suco adoçado. Após uma hora, se os níveis de glicose estiverem abaixo de 180 mg/dL, e após duas horas, abaixo de 153 mg/dL, os resultados são considerados dentro dos limites normais. No entanto, se os valores ultrapassarem 180 mg/dL após uma hora ou 153 mg/dL após duas horas, o diagnóstico de diabetes gestacional é confirmado.
Tratamentos para a diabetes gestacional
O tratamento do diabetes gestacional envolve principalmente uma dieta equilibrada, prática regular de atividades físicas e, quando necessário, o uso de medicamentos específicos para controlar os níveis de glicose.
Como cada gestante possui necessidades individuais, é importante realizar um acompanhamento nutricional e saber o que a grávida não deve comer e quais são as alterações necessárias em seus hábitos alimentares. Mas, em geral, algumas recomendações são comuns:
. Reduzir o consumo de açúcar e farinhas refinadas.
. Priorizar alimentos ricos em fibras e integrais.
. Aumentar a ingestão de proteínas.
. Optar por gorduras saudáveis.
Formas de prevenir a diabetes gestacional
A prevenção da diabetes gestacional começa com a manutenção de um peso saudável antes da gravidez, pois o sobrepeso aumenta o risco da condição. Durante a gestação, é essencial controlar o ganho de peso para evitar complicações. Além disso, uma alimentação equilibrada ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue.
Praticar exercícios físicos regularmente, como caminhadas ou natação, é outra medida preventiva eficaz. Isso porque a atividade física melhora a sensibilidade à insulina e ajuda a controlar o peso.
Mulheres com histórico familiar de diabetes ou que apresentam outros fatores de risco devem ser monitoradas mais de perto para detectar precocemente alterações nos níveis de glicose.
Quando procurar por um médico?
A gestante deve realizar o pré-natal desde o início da gravidez para garantir a sua saúde e a do bebê. Durante o acompanhamento médico, são realizados exames regulares para monitorar o desenvolvimento da gestação e identificar possíveis complicações, como a diabetes gestacional.
Exames como a glicemia de jejum e o teste oral de tolerância à glicose são indicados para monitorar os níveis de glicose no sangue da gestante. A realização desses exames entre 24 e 28 semanas de gestação, mesmo na ausência de sintomas, ajuda a identificar precocemente a diabetes gestacional e a iniciar o tratamento adequado, evitando complicações futuras.
O acompanhamento médico regular também permite ajustar a alimentação, o controle de peso e a prática de atividades físicas, fundamentais para o controle glicêmico durante a gestação.