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Câncer do colo do útero: conheça os sintomas iniciais e saiba como diagnosticar e tratar a doença

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Equipe Maternidade Brasília - Equipe Maternidade Brasília Atualizado em 13/11/2024

O câncer do colo do útero (também chamado de câncer cervical) é o terceiro tipo mais comum de neoplasia entre as mulheres, sem contar o câncer de pele não melanoma. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. A detecção precoce da condição é feita de forma simples, por meio do exame preventivo de Papanicolau.

No texto a seguir, entenda o que é a doença, conheça seus sintomas e o tratamento do câncer ginecológico  

O que é câncer do colo do útero? 

O câncer do colo do útero é uma decorrência da infecção causada por alguns tipos de Papilomavírus Humano (HPV). A maior parte dos casos de infecção por esse vírus não causa a doença, no entanto, os tipos oncogênicos do vírus provocam alterações celulares que podem evoluir para o câncer. Uma boa notícia é que essas alterações podem ser descobertas com bastante facilidade por meio do preventivo (exame de Papanicolau) e podem ser tratadas e curadas na grande maioria das vezes. Essa é a razão pela qual é fundamental manter o exame preventivo em dia. 

Quais são as regiões uterinas afetadas pelo câncer?

O útero tem duas regiões que podem ter câncer, e são cânceres totalmente distintos. O Dr. Evandro Oliveira, ginecologista, obstetra e diretor médico da Maternidade Brasília, explica que o colo do útero é a área física, a área anatômica que fica em contato com a vagina. É pelo exame de Papanicolau que se detecta o câncer do colo do útero. A outra área do órgão é o corpo do útero, no qual se tem o câncer de endométrio. 

“É importante dividir o útero em duas partes: a primeira, o colo, região anatômica do útero que fica em contato com a vagina e na qual se desenvolve o câncer do colo uterino; a segunda parte é o corpo do útero, que fica dentro do abdome e que pode ser acometido pelo câncer de endométrio", reforça o médico. 

 Quais são os sintomas do câncer cervical? 

Esse tipo de tumor se desenvolve de forma lenta e normalmente não apresenta sinais em sua fase inicial. Em casos mais avançados, os sintomas do câncer do colo do útero mais frequentes são: 

▪ sangramento vaginal que vai e volta;

▪ secreção anormal na vagina;

▪ dor abdominal;

▪ desconforto intestinal ou urinário;

▪ sangramento depois da relação sexual. 

O especialista explica que é importante dar ênfase a dois sinais e reforçar que são indícios da doença em estágio adiantado: “Numa fase inicial, não há sinal nenhum de câncer cervical, mas quando a enfermidade já está numa fase avançada, sangramento com odor fétido e sangramento após a relação sexual são os principais sintomas que a paciente apresenta. Então, numa fase avançada, o sangramento é o principal indício da doença. Quando ele vem acompanhado de mau cheiro, é provável a existência de câncer do colo do útero." 

Quais os estágios do câncer do colo do útero? 

Os estágios do câncer do colo do útero começam quando ele se encontra exclusivamente no colo uterino, que caracteriza o estágio inicial da doença. Quando há a evolução da enfermidade, ela começa a comprometer a vagina, a bexiga e o reto e, depois, pode chegar aos pulmões e ao cérebro. 

“É uma doença de caráter progressivo e praticamente assintomática no início, mas depois que os sintomas começam, se define como uma doença avançada. Ela acomete primeiro o colo do útero. Se houver metástase – quando o câncer se dissemina além do local onde se originou –, ela pode atingir a vagina, a bexiga e o reto, que são locais próximos ao útero, bem como os pulmões, o intestino, o cérebro e os ossos, o que caracteriza a metástase a distância", explica o Dr. Evandro Oliveira.   

Como é feito o diagnóstico do câncer cervical? 

Para que se chegue ao diagnóstico do câncer do colo do útero, são realizados os seguintes exames: 

▪ exame preventivo Papanicolau;

colposcopia;

▪ exame pélvico e de história clínica;

▪ biópsia.

Como prevenir o câncer do colo do útero? 

Existem formas importantes de evitar esse tipo de neoplasia. A prevenção primária inclui evitar o contágio com o HPV, que ocorre por meio de relações sexuais sem proteção. Para não haver a disseminação do vírus é importante usar camisinha feminina ou masculina para proteção parcial durante a penetração, uma vez que também pode ocorrer a contaminação na região perineal e da bolsa escrotal. 

O Dr. Evandro Oliveira reforça: “A utilização de preservativos previne todas as infecções sexualmente transmissíveis (IST), entre as quais se inclui o HPV, que é o grande responsável pelo surgimento do câncer cervical. As formas de prevenção do câncer são duas: pela realização do exame de Papanicolau, anualmente, pelas mulheres sexualmente ativas e pela vacinação contra o HPV. Prevenir o câncer significa fazer um exame de Papanicolau anual, como rastreamento e diagnóstico precoce, e se vacinar contra o HPV." 

Vacinação contra o HPV – o tipo tetravalente da vacina é oferecido pelo SUS e protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. É destinado às meninas entre 9 e 14 anos e aos meninos entre 11 e 14 anos. Além disso, podem também receber a vacina, de forma gratuita, as mulheres imunossuprimidas de 9 a 45 anos e os homens imunossuprimidos de 9 a 26 anos.

Qual o tratamento do câncer do colo do útero**?**

O tratamento desse tipo de câncer é indicado de acordo com a avaliação do médico e leva em consideração as características da doença, como evolução, estágio, tamanho do tumor e idade da paciente. Entre as opções de tratamento estão a cirurgia, quimioterapia e radioterapia. 

De acordo com o Dr. Evandro Oliveira, quanto mais precoce o diagnóstico, maior as chances de cura, menos agressivo é o tratamento e menos sequela ele vai deixar. Inclusive, mesmo o câncer estando numa fase inicial, é possível manter a fertilidade da mulher, para a possibilidade de uma futura gestação. O tratamento do câncer cervical depende do estágio em que a doença se encontra. Quanto mais avançada, pior o prognóstico e mais agressivo é o tratamento. 

A terapêutica sempre começa com a abordagem cirúrgica, e existem várias técnicas que podem ser aplicadas, a depender da fase da doença. Em casos em que a enfermidade se encontra localizada exclusivamente no colo do útero, as chances de cura são muito grandes, ultrapassam 90%. No entanto, quando ela sai o colo do útero e tem localização extrauterina – vagina, bexiga, reto, intestino, pulmão ou qualquer outro lugar –, o tratamento inicial sempre vai ser a radioterapia associada à quimioterapia, ou seja, quando a doença é avançada e deixa o colo uterino, a forma de tratamento é a radioterapia e a quimioterapia, com a possibilidade de, dependendo da resposta da paciente a esses tratamentos, ser necessário proceder à cirurgia de resgate. 

“É importante ressaltar que a primeira opção é a cirurgia se o tumor se encontra localizado exclusivamente no colo do útero, situação em que as chances de recuperação e o prognóstico são extremamente favoráveis, passando de 90%. E todas as vezes em que ela extrapola o colo do útero, a abordagem será por meio de radioterapia e quimioterapia", finaliza o especialista.

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