A anemia é algo comum durante a gravidez, normalmente entre o segundo e terceiro trimestres de gestação. Cerca de um terço das mulheres passam por essa situação por causa da deficiência de folato e de ferro no organismo. “Em razão disso, é fundamental que a mulher seja acompanhada regularmente pelo ginecologista e obstetra quando apresentar sintomas de anemia e comece um tratamento adequado caso necessário", alerta o Dr. Matheus Beleza, ginecologista, obstetra e coordenador do Setor de Medicina Materno-fetal da Maternidade Brasília.
Saiba, a seguir, quais são os principais sintomas e riscos da anemia e como prevenir a condição.
Anemia na gravidez é comum?
Sim, a anemia na gravidez é comum, sobretudo entre o segundo e terceiro trimestres de gravidez, porque há a redução da quantidade de hemoglobina no sangue e o aumento da necessidade de ferro no organismo. Isso porque, nesse período, o corpo precisa produzir mais sangue a fim de que o feto se desenvolva apropriadamente e haja o preparo do corpo para o momento do parto. Assim, quando há deficiência de ferro, o corpo também não produz os glóbulos vermelhos na quantidade correta para essa demanda extra de sangue que é requerida nessa fase.
Segundo o Dr. Matheus Beleza: “É comum que as gestantes apresentem a chamada 'anemia dilucional da gestação', um fenômeno fisiológico que ocorre pelo aumento do volume de sangue da gestante, o que dilui seus glóbulos vermelhos. Esse tipo de anemia deve ser diferenciado da anemia que acontece por deficiência de ferro ou folato, que ocorre pelo incremento da necessidade desses compostos pelo ferro e pela placenta."
Quais são os sintomas de anemia na gravidez?
Nem sempre a anemia na gravidez manifesta sinais, no entanto, quando exibe sintomas, os mais comuns são:
- cansaço excessivo;
- dor de cabeça constante;
- pele pálida;
- tontura.
Ao perceber sintomas como esses, busque orientação médica para um tratamento adequado.
Quais os riscos da anemia na gravidez?
A anemia na gravidez pode apresentar alguns riscos para a gestante, como o aumento da possibilidade de haver infecções no pós-parto, e para o bebê, como peso baixo ao nascer, nascimento prematuro e dificuldade para crescer, além do risco de aborto. Contudo, a boa notícia é que todas essas complicações podem ser evitadas com o tratamento médico adequado.
O médico explica ainda que “os riscos da anemia podem ser maternos ou fetais. Para a mãe, poderá haver pior recuperação no pós-parto, cansaço, fraqueza, má cicatrização e queda de cabelo, entre outros danos. Durante o desenvolvimento do feto, a anemia materna poderá prejudicar seu crescimento, aumentando o risco de déficit na evolução do bebê e até de parto prematuro".
O especialista explica também que: “A anemia pode estar associada a outras doenças relacionadas com absorção de nutrientes, por isso as pacientes com fatores de risco deverão ser orientadas antes mesmo da gestação ou logo no início do pré-natal."
O tratamento deverá ser individualizado e pode ser realizado com modificações na dieta, suplementação via oral e, em casos mais avançados, suplementação endovenosa.
Como evitar a anemia?
A maneira de evitar a anemia na gravidez é fornecer ao corpo o ferro necessário. Isso pode ser feito por meio de uma alimentação balanceada ou da suplementação com vitaminas para a gestante. Conheça os principais alimentos que podem ajudar a evitar anemia.
- Vegetais escuros – agrião, cheiro-verde, couve etc.
- Carnes, rins, fígado, aves, coração de galinha e peixes.
- Pão de cevada ou integral.
- Beterraba.
- Leguminosas como grão-de-bico, feijão, lentilha e ervilha.
- Frutas com vitamina C.
- Grãos, como castanhas e nozes.
De acordo com o médico, a prevenção envolve, inicialmente, cuidados com a dieta, que devem ser iniciados antes mesmo da gestação.