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Gestação

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A voz do feto na barriga da mãe: conheça a medicina materno fetal

Com alta tecnologia e equipe especializada, medicina materno-fetal permite detectar condições do desenvolvimento do bebê que podem ser tratadas intraútero.
ET
Dr. Evaldo Trajano Filho - Ginecologista e obstetra Atualizado em 26/11/2019

“Queremos ser a voz do feto dentro da barriga da mãe”, destaca o Dr. Evaldo Trajano Filho, especialista em medicina materno-fetal e um dos coordenadores da área na Maternidade Brasília. Essa frase resume o trabalho feito pelos especialistas em medicina materno-fetal.

Na Maternidade Brasília, aparelhos de última geração e uma equipe multidisciplinar trabalham em conjunto com o obstetra para oferecer o que chamam de “o pré-natal do feto”. Esse ramo da medicina se dedica ao rastreamento, acompanhamento e tratamento de condições que possam afetar o bem-estar da mãe e do bebê. Conheça, abaixo, os três principais exames realizados por esses profissionais.

Exame morfológico do 1º trimestre

O ultrassom é um momento único, emocionante e extremamente esperado por papais e mamães. É nesse exame que ocorre o primeiro contato da família com o neném, que está ainda no início de seu desenvolvimento. Entre a 11ª e a 14ª semana é quando se realiza um tipo específico de ultrassom, chamado de morfológico do primeiro trimestre. Esta é uma etapa muito importante para ajudar a determinar quais são os próximos passos da mulher durante o pré-natal e se serão necessários cuidados especiais com essa criança dali em diante.   

“Esse método consiste em buscar sinais ultrassonográficos que possam estar relacionados com maior risco de doenças cromossômicas e o rastreamento de pressão alta na gestação, chamada de pré-eclâmpsia. O exame isoladamente não tem significado; ele precisa ser realizado dentro de critérios específicos, seguidos por profissionais qualificados e capazes de interpretar os resultados encontrados”, pontua o Dr. Mateus Beleza, que coordena o departamento juntamente com o Dr. Evaldo.

Exame morfológico do 2º trimestre

Embora os pais já tenham vivido a experiência de ouvir os batimentos cardíacos do bebê e ver suas primeiras imagens no ultrassom do primeiro trimestre, esse segundo exame é tão especial e animador quanto o outro. Nele os órgãos já estão formados, inclusive é até possível descobrir o sexo do bebê.

O exame morfológico do segundo trimestre deve ser feito, prioritariamente, entre a 20ª e a 24ª semana de gestação. Ele é capaz de avaliar, com minúcia, a anatomia fetal e o crescimento da placenta e do volume do líquido amniótico, bem como visualizar órgão por órgão, estrutura por estrutura, para, dessa maneira, excluir condições genéticas e más-formações estruturais.

Ultrassom ecodoppler

O ecodoppler é uma ferramenta do ultrassom capaz de analisar o fluxo de sangue da mãe para o bebê. Ele identifica, pela visualização das veias e artérias do feto, se a quantidade de sangue que ele está recebendo é a ideal, além de monitorar o fluxo da placenta para o neném e a distribuição sanguínea em seu organismo.

“Com essa ferramenta, rastreamos doenças e complementamos a avaliação do crescimento e do bem-estar do bebê”, detalha o médico especializado em medicina materno-fetal. Esse tipo de ultrassom tem indicações específicas em cada momento da gestação e possibilita a obtenção de informações muito importantes sobre o fluxo de sangue que chega até o neném.

Não deixe os exames materno-fetais em segundo plano

De acordo com o médico da Maternidade Brasília, a não realização dos exames citados pode acarretar piora de condições que poderiam ter sido diagnosticadas precocemente. Os riscos envolvem o desenvolvimento ou o agravo de doenças prejudiciais à saúde da mãe e do neném. Muitas delas poderiam ter sido tratadas ou até mesmo evitadas antes do nascimento.

Em determinados casos, após o resultado dos exames em questão, pode ser comprovada a necessidade de o bebê passar por uma intervenção cirúrgica ainda dentro da barriga da mãe. As chamadas cirurgias intraútero são uma estratégia para solucionar algumas condições específicas, como a mielomeningocele, a transfusão feto-fetal e a hérnia diafragmática congênita.

Além das abordagens próprias da medicina materno-fetal, os exames laboratoriais também são de grande importância, sendo parte fundamental do rastreamento de patologias maternas e fetais, inclusive complementando a investigação realizada nos exames morfológicos. E, claro, algumas condições específicas exigirão exames complementares que vão auxiliar no diagnóstico de doenças.

Fonte: Dr. Evaldo Trajano Filho, obstetra especialista em Medicina Fetal; e Dr. Matheus Beleza, especialista em Medicina Materno-Fetal. Ambos coordenam o Setor de Medicina Materno-Fetal da Maternidade Brasília.

Escrito por
ET

Dr. Evaldo Trajano Filho

Ginecologista e obstetra
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