Logo

Pediatria

3 minutos de leitura

A chegada do inverno e o aumento de doenças respiratórias nas crianças

Ver os filhos tossindo, espirrando e fungando o nariz durante os meses mais frios do ano é um cenário bastante comum
SY
Dra. Sandi Yurika Callejon de Faria Sato - Pediatra neonatologista Atualizado em 16/06/2020

Saiba como prevenir gripes, alergias e infecções respiratórias e manter seu filho protegido e saudável

Ver os filhos tossindo, espirrando e fungando o nariz durante os meses mais frios do ano é um cenário bastante comum. Com a chegada do inverno, diversas doenças respiratórias começam a manifestar seus sintomas, principalmente naqueles com saúde mais vulnerável, como bebês, crianças e, até mesmo, gestantes.

Atualmente, é importante redobrar a atenção a quaisquer sinais do organismo, considerando que os sintomas da alarmante Covid-19 são bem semelhantes a outras síndromes comuns nessa época, como resfriado e gripe.

Alergias respiratórias

O período frio demanda vestimentas e roupas de cama bem quentinhas para nos esquentarmos e mantermos os pequenos aquecidos. Por isso, é comum durante essa época do ano retirar dos armários agasalhos e cobertores que anteriormente estavam guardados. No entanto, muitas vezes esses itens acabam ficando meses sem higienização e ventilação adequadas, havendo grandes chances de conterem ácaros, fungos e poeira, agentes que influenciam bastante no desencadear de asma, rinite e sinusite. Devido ao sistema imunológico ainda imaturo, crianças e bebês são mais suscetíveis a sofrerem com esses quadros.

Fique atento se o seu filho apresenta os seguintes sintomas: coriza, obstrução nasal, voz anasalada, tosse e/ou dificuldade de respirar. Esses são sinais comuns das alergias respiratórias, porém, diferentemente da gripe e do resfriado, essas complicações não causam febre e não congestionam a região dos olhos.

Limpar toda semana os bichinhos de pelúcia do seu filho, evitar tapetes e carpetes no quarto dele e usar sempre um pano úmido para limpeza (evitando levantar poeira) são medidas eficazes para prevenir essas ocorrências.

A Dra. Sandi Sato, pediatra da Maternidade Brasília, ainda ressalta que, embora poucos saibam, alguns fatores podem minimizar o aparecimento dessas comorbidades no público infantil, como um ambiente saudável, uma alimentação equilibrada e a prática de atividades físicas. “No entanto, se houver uma forte predisposição genética, assim que exposta ao alérgeno, a criança pode apresentar uma resposta desfavorável, mesmo seguindo essas recomendações”, ela complementa.

O papel do leite materno na prevenção alergênica

“É importante ressaltar que o aleitamento materno recomendado até dois anos ou mais, pode evitar o aparecimento de alergias de um modo geral, inclusive as respiratórias. Esse ato é capaz de bloquear essa programação genética e/ou minimizar quaisquer sintomas, uma vez que apresenta componentes imunomoduladores, responsáveis por auxiliar o bom desenvolvimento do sistema imunológico”, alerta a pediatra, que também é gerente de qualidade e coordenadora do banco de leite da Maternidade Brasília.

Síndromes respiratórias

O período invernal favorece a disseminação e existência de agentes patógenos, isto é, vírus, bactérias e outros microrganismos de transmissão respiratória que podem causar gripes, resfriados, bronquite crônica, enfisemas e pneumonias, por exemplo. Além disso, com o frio nas ruas é comum que as pessoas permaneçam mais tempo dentro de casa ou em ambientes fechados, causando aglomeração – o que, hoje sabemos mais do que nunca, facilita consideravelmente a propagação de doenças.

Felizmente, hábitos atuais como manter o ambiente ventilado, lavar constantemente as mãos, usar álcool gel e máscaras de proteção e tossir e espirrar no antebraço ou lenço, amplamente disseminados por influência do novo coronavírus, também ajudam a eliminar outros agentes patógenos do ar, que poderiam causar síndromes respiratórias.

Grávidas também precisam redobrar a atenção

“Na gestação, por ação hormonal, ocorre a alteração da resposta imunológica, deixando a mulher mais susceptível ao desenvolvimento de doenças respiratórias. Outro fator determinante é se a gestante apresenta predisposição genética para o desenvolvimento de alergias, afinal, se a resposta for positiva, o quadro pode surgir ou exacerbar os sintomas durante a gestação e puerpério”, explica a médica.

Além disso, de acordo com o Instituto CordVida, nessa fase ocorre o inchaço das mucosas, o que dificulta a saída do muco, que acaba se acumulando nas vias aéreas e facilitando a proliferação de vírus e bactérias que causam esses problemas de saúde. Frutas que contém vitamina C, hortaliças, legumes e alimentos ricos em ferro e vitaminas, podem ser grandes aliados para elevar sua imunidade.

“A futura mamãe deve evitar todos os alimentos alergênicos durante a gestação, pois pode interferir na saúde dela e na do bebê que está por vir. Um pré-natal bem acompanhado e os conhecidos hábitos para uma gestação mais saudável são essenciais nesse momento, afinal, tudo o que o neném vivencia durante a gestação pode refletir em sua vida adulta, tanto os fatores bons quanto os ruins. O acompanhamento durante os dois primeiros anos de vida da criança também é muito importante na prevenção de problemas respiratórios”, destaca a Dra. Sandi Sato.

Escrito por
SY

Dra. Sandi Yurika Callejon de Faria Sato

Pediatra neonatologista
Escrito por
SY

Dra. Sandi Yurika Callejon de Faria Sato

Pediatra neonatologista